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Roteiro e arte: Hugo Pratt
Publicado originalmente pelos anos 70, 80
504 páginas no total
R$ 33,00 por volume
Comprei no Fest Comix por dez reais cada! \o/
Já li o primeiro volume, A balada do mar salgado, mas faz tempo, então não vou comentar esse álbum. Na verdade, A balada do mar salgado era um álbum no qual Corto Maltese era um personagem importante, mas o autor ainda não tinha a idéia de fazer uma série. Os quatro álbuns seguintes são coletâneas de histórias curtas dele (curtas pro padrão europeu).
Durão por parte de pai, um marinheiro britânico; mágico por parte de mãe, uma cigana andaluza. Viajante por parte dos dois, não consegue fixar raízes em lugar algum. Por isso suas histórias se dão nas mais diversas partes do mundo.
A qualidade das histórias varia muito. Sob o signo de Capricórnio tem as histórias mais fracas e sem sentido, enquato Sempre um pouco mais distante tem histórias ótimas e ousadias narrativas. Mas, em todo caso, mesmo nas tramas mais fracas, os personagens têm grande profundidade. Corto Maltese não é prosa, é poesia.
A arte é ao mesmo tempo precisa e esculachada. Precisa porque é detalhista. Pratt é um mestre na sutileza dos rostos e das expressões. Esculachada porque ele resolve com alguns rabiscos e pinceladas soltas, sem esboço, coisas que outros desenhistas rascunhariam muito para fazer. Tem que fazer o jogo de luz e sombra nas dobras do tecido? Umas linhas grossas resolvem!
Há algo que penso ser um erro editorial: as edições não são numeradas. Apesar das histórias serem algo independentes, a continuidade é importante em muitas delas. Então para vocês, a ordem:
1- A balada do mar salgado (se passa pros lados da Austrália)
2- Sob o signo de capricórnio (América Central e Bahia!)
3- Sempre um pouco mais distante (ainda América do Sul e Central, muitos índios)
4- As Célticas (Europa, muitas histórias da I Guerra)
5- As Etiópicas (África e ainda I Guerra)
Na verdade, acho todos têm algo da I Guerra. Vale a pena conferir, nos extras de Sob o signo de capricórnio, pin-ups de vários artistas. As de Larte e Mutarelli estão impagáveis!