Quaquié?!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Quase #9


Outono de 2006
3 real
40 páginas

Depois de ler várias revistas da Quase, começa-se a perceber que ela sofre o mesmo mal da Mad: repetitividade. As piadas que foram geniais na primeira vez, não têm graça na quinta.

Essa edição tem muito mais texto escrito do que quadrinhos. O maior ponto positivo é que essa edição foi logo após o abandono da revista e roubo da verba pelo cartunista FAT (que era o mais sem graça, anyway) - o cara é zoado até a morte.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Quase #7


Outono de 2005
Roteiro e arte: mó galera
3 real
40 páginas

Imagine uma mistura de Mad e Hermes & Renato, só que bem pior. Isso é a Quase, brincando muito com o conceito de valorização da cultura capixaba e do politicamente correto.

Há grande inconsistência. Algumas piadas são sensacionais, outras são muito ruins.

E muito da revista faz referência ao Espírito Santo, numa certa época. Ou seja, muita gente acaba perdendo muito das piadas.

Legal mesmo são as propagandas idiotas que são anúncios VERDADEIROS, feitos pela galera da revista. Por exemplo: "Você ainda sofre com seu estilo de vida pecaminoso? Isso não é motivo para acabar com ele. A Farma Vix tem as melhores soluções para seus excessos."

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

5º Jund Comics


Foi nos dias 20 e 21. No sábado, três pessoas assistiram à palestra sobre design de publicações de Will. Depois, abandonei o evento porque uma amiga minha tinha resolvido fazer aniversário, e eu tive que ir a um suntuoso churrasco. Mas não perdi nada, porque não tinha ninguém pra ver a segunda palestra, então ela foi transferida pro dia seguinte. No domingo, duas pessoas na oficina de fanzines com Marcos Venceslau. Estevão Ribeiro e Daniel Esteves não vieram porque ficaram doentes depois do Rio Comicon (como quase todo mundo), e a palestra sobre quadrinhos na educação, com Hugo Nanni, virou uma conversa informal.

Por que essa nota toda? Porque a troca, as conversas, as palestras foram sensacionais, enriquecedoras, todas. Só não dou cinco estrelas porque faltou público, parte muito importante de um evento. Aliás, tudo bem, foi organizado e divulgado de última hora, estávamos competindo parcialmente com a Virada Jovem, mas mesmo assim, cadê a galera que faz curso de desenho?

Mas, apesar de pouca gente nas palestras, bastante gente passou por lá, e as vendas foram boas. Ow, tinha Front por quize reais (je t'aime, encalhe)! As exposições d'A História da História em Quadrinhos e de alguns artistas também atraíram algum público.

Ano que vem vai ser power, garantí-lo-emos!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Zé Gatão


1997
Roteiro e arte: Eduardo Schloesser
88 páginas

Zé Gatão é um felino ultra mega master blaster bombado e um tanto solitário, que vai parar na Cidade do Medo, onde é preso pelo ditador e obrigado a lutar na arena, enquanto se travam guerras de poder na cidade. Isso tudo se passa num mundo habitado por homens-animais diversos.

Estava em promoção na Fest Comix, mas, segundo a etiqueta, o preço original era R$ 20,00

Como uma HQ de ação, não é nada má. O desenho é muito bom, muita porrada e putaria, principalmente cabeças explodindo.

Mas há inverossimilhanças feias no roteiro, e a narrativa é só um pouco pesada (mas não é redundante, pelo menos). As discussões sociais são superficiais e infantis.

Mas repito, o desenho é muito bom e realista. E a cena com a participação de Pernalonga e Patolino merece destaque.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Palestra de Paulo Ramos na UFMG


Palestra de Paulo Ramos e Daniel Werneck muito firmeza, que foi exibida ao vivo no Quadrinho.com e agora pode ser vista online aqui.

Lei de publicação de quadrinhos, uso de quadrinhos nas escolas, quadrinhos Argentinos, comparação entre mercados japonês e europeu, webcomics versus impressos, adaptações literárias versus originais, profissão de ilustrador, questões sociais nos quadrinhos, conceito de texto, preconceito contra HQs. Esses temas são abordados com enorme competência em uma hora e quarenta de palestra.

A estrutura era meio fail, muitas vezes não se podia ouvir as perguntas, o que não era tão ruim, porque eram quase sempre enfadonhas.

Mas puta idéia bacana... Ah, se o Fest Comix gravasse suas palestras...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Kaos



Mantícora
2004
R$ 7,50 cada
80 páginas cada

Eu tinha comprado a #2 e a #3 no Fest Comix há muito tempo, mas não achava a #1 em lugar nenhum. Até que um dia, passando por acaso na frente do Sebo do Zé, lá estava ela, olhando pra mim, me chamando de querido. Daí essa merecida releitura e comentário.

Curioso, eu achava que fosse mais uma revista brasileira que não tivesse chegado muito longe. Que merda, uma revista tão boa... aí vi, numa entrevista com Sam Hart, que o projeto era só três edições mesmo! Que sucesso!

Há três séries fixas, com um capítulo em cada edição: Em A de Aluguel, com roteiro e arte de Sam Hart, as histórias são independentes, com uma pegada humana, e o ponto que as une, uma pedra misterios, nunca é de fato revelado, arte e narrativa muito boas. Meninos Perdidos, com roteiro de André Valente e Luiz Pereira e arte ótima de Caio Majado, é sobre um mundo pós-apocalíptico cheio de crianças órfãs e poucos adultos, sobrevivência em muito sentidos. O Homem que Tudo Vê, com roteiro de Jean Canesqui, arte de Anderson Cabral e argumento dos dois, é um cara que, para salvar a mulher, vende sua visão para uma rede de TV. Muita tramóia, muita sujeira, muita coisa que existe de verdade. Arte meio torta, mas combina com a vibe da HQ.

Há também HQs curtas: Guti Gutz(#1), com roteiro e arte fodas de Roger Cruz, é uma paródia ao gênero guerreiras gostosas. Bifurcações (#2), de Jean Canesqui e Julia Bax, relacionamentos, vidas que se cruzam. FF (#2) é sobre um fotógrafo jornalístico que vê a vida em câmera lenta. Belasco, dono de circo e milagreiro de Jean Canesqui, é o único que tem duas Hqs curtas, uma introdutória, com arte de Sandro Castelli e Akio Fujigawa, e outra divertidíssima de Julia Bax (#3).

Vale dizer que todas essas HQs, apesar do nível geral alto, têm algumas falhas, e algumas não são mesmo tão boas.

Vejam uma coisa, meus leitores sabem que eu sempre reclamo de caixa de narrativa pesadas, e tal, mas esse pessoal conseguiu usar esse artifício de maneira sábia. No primeiro capítulo de A de Aluguel, há caixas de narrativa apenas no movimento entre uma cena e outra, com as reflexões do protagonista. No primeiro capítulo de Meninos Perdidos, o texto mostra uma narrativa, e as imagens, outra, que se unem no fim. A primeira de Belasco se aproxima muito de uma história ilustrada, mas não é pleonástica. O Homem que Tudo vê tem muito disso, mas o texto é sempre complementar, com a ironia do personagem. E de qualquer forma, as histórias são boas, isso é o que mais importa.

Há também boas entrevistas, com Alan Moore e Marcelo Cassaro (#1), David Lloyd e Lourenço Mutarelli (#2) e Dave Gibbons e Luiz Gê (#3), sendo as de Moore e Gê as mais gordas e gostosas, e a de Mutarelli a mais curta e seca.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

As Aventuras do Gugu #10


Seqüência
Roteiro e arte: Mó galera
Cz$ 4,00
32 páginas

Olha a capa! Não resisti, tive que comprar, pura curiosidade mórbida.

Mas me surpreendi. Há inconsistência no traço (de vários artistas, sem se preocupar em manter um padrão, variando entre bom e não tão bom) e no roteiro, tendo histórias muito ruins e outras muito divertidas.

Mas o destaque é a história da capa. Provavelmente não tinha tanta graça na época em que foi lançada, quanto tem hoje. A graça maior está nos valores, tanto da visão que se tinha sobre os punks, seres maus e fedidos, quanto das fãs do Gugu, periguetes que eu não conseguiria definir aqui.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Belém Imaginária


Casa Velha
Roteiro e arte: Carlos Paul, Fernando Augusto, Otoniel Oliveira, Volney Nazareno
64 páginas

Segundo o UHQ, é de 2004 e custava R$ 15,00. Mas hoje não se acha pra comprar em lugar nenhum, tive a sorte de encontrar essa belezinha por R$ 5,00 na Gibi Jundiaí.

É a história de um menino que acorda um dia numa Belém mística e folclórica e encontra quem queira ajudá-lo a voltar pra casa, e também quem queira seu mal...

A HQ apenas resvala pelo educativo chato, para chegar a um roteiro rico da cultura amazônica, além de uma aventura muito bem amarrada.

Mas incrível mesmo é a arte a oito mãos! Os enquadramentos, os contrastes, as expressões, os detalhes de arte indígena... tudo absurdamente lindo! Aqui tem algumas imagens.