sábado, 24 de julho de 2010
Bórgia
Conrad
2005-2009
Roteiro: Alejandro Jodorowsky
Arte: Milo Manara
R$ 43,00 por volume, em média.
56 páginas
Olá a todos! Eu sou a Repolhinho e fui convidada a estrear aqui no blog neste dia importante que é o aniversário do Quaquié?! Parabéns gente!!! E muito obrigada por me deixarem fazer parte disso também!!! Mas, falando de quadrinhos...
A primeira vez que eu li uma “graphic novel” e me apaixonei por esse mundo foi quando me deparei com Bórgia, uma série de Alejandro Jodorowsky e Milo Manara, já em seu terceiro volume, que terminará no quarto, lançada pela Conrad entre 2005 e 2009.
Jodorowsky é um cineasta e escritor (entre outras várias qualidades atribuídas a seu currículo) cult do Chile que recrutou Manara, um ilustrador italiano que teve sua estréia nos quadrinhos em 1969, famoso pela abordagem erótica, para a empreitada de contar a vida de Rodrigo, de Lucrécia e do resto do clã Bórgia, uma família corrupta e cruel que fez de tudo para chegar ao poder papal e assim reinar na Itália do século 15. A igreja, naquele momento, era uma instituição extremamente corrupta e sórdida.
O foco é mais acentuado nos dois personagens mencionados. Pai e filha eram exímios envenenadores, gananciosos, sedutores e elegantes. Há historiadores que acreditam na inocência de Lucrécia, que ela era forçada pelo pai e pelos irmãos a participar de seus esquemas, trambicagens e jogos. Mas aqui Jodorowsky e Manara decidiram seguir um caminho totalmente diferente e até um pouco irreal.
Há momentos fortes e exagerados que podem chocar, o que dá mais liga em toda sordidez da serie. No primeiro livro, Sangue para o Papa, o então cardeal Rodrigo Bórgia manda decepar os pênis de 150 garotos na sua luta para chegar ao papado, além de, tentando agradar o Papa de então, tê-lo presenteado com dois garotos para servir de banco de sangue. Na época, acreditava-se que uma transfusão de sangue melhoraria a saúde do doente.
Em O Poder e o Incesto, temos sexo entre irmãos, e a historia foca mais em Lucrécia, que passa pelo 1º de seus 3 casamentos. Ela se casa depois que a esposa grávida de seu futuro marido é morta a mando de seu pai.
A atmosfera gerada pelas ilustrações de Manara só ajudam a mostrar e criar o clima rico e detalhado da época. O período da renascença é lindamente apresentado, principalmente nas primeiras páginas do primeiro volume, em que uma profecia é declamada em praça pública. O delírio do profeta é visto em toda a sua extensão. Sendo que depois percebermos que não é uma loucura tão grande assim. Famoso por suas mulheres esculturais, Manara pôde mostrar que não só disso é feito. Suas cenas de ação são boas e muito bem feitas transparecendo a agilidade dos oponentes e até a técnica do ganhador da luta.
Geralmente o senhor Milo Manara escancara as cenas de sexo em suas obras, mas, nestes volumes, isso não ocorre. Temos, sim, orgias e incestos, mas as partes que “importam” não são mostradas.
A série já é um clássico, e a Conrad a apresenta como tal, com todos os volumes em capa dura e papel de qualidade.
Recomendo esse combo de beleza, viagem na historia, diálogos sucintos, mas de grande profundidade, além de um pouquinho de sexo, criado por Alejandro e Milo.
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5 comentários:
43 pila por 50 página?
claramente não sou o público-alvo.
e bem-vinda, repolhinho! ^^
Mas vale a pena!
e obrigada!
Seja bem vinda, Repolhinho! Sabe que minhas boas vindas foram bem diferentes das que podemos ver na minha tirinha... XD
Realmente, o preço está alto para o número de páginas. Imagino que o miolo seja todo colorido, mas mesmo assim, não justifica.
E o quarto volume já foi lançado no exterior?
Ainda não, Alemão.
Acredito que só vai ser lançado no ano que vem.
Vixe... aí é esperar para ver quem assume o título por aqui... =/
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